Neste módulo, são apresentados temas importantes como o papel do Médico de Família, as particularidades da relação Médico-Doente com DPOC e os critérios de referenciação para seguimento de doentes com DPOC. Segundo múltiplos documentos internacionais e nacionais, dos quais se salienta o Guia Prático da DPOC, publicado pelo GRESP em 2021, devem ser referenciados pelos Cuidados de Saúde Primários para consulta hospitalar os casos em que o diagnóstico de DPOC é incerto ou não está estabelecido, após realização de espirometria com prova de broncodilatação; os doentes que iniciam os sintomas precocemente (antes dos 40 anos de idade); os com suspeita de défice de alfa-1-antitripsina; e com formas graves de DPOC (grupos C e D). Também a existência de sintomas desproporcionados para o grau de obstrução brônquica, a dispneia persistente (mMRC >2) e/ou agudizações recorrentes, apesar da terapêutica otimizada, e a indicação para reabilitação respiratória, quando não disponível nos cuidados de saúde primários, correspondem a critérios de referenciação para consulta hospitalar. Enfatizou-se que o diagnóstico não deve fundamentar-se apenas nos achados espirométricos. As três condições sine qua non para um diagnóstico de DPOC são: existência de fatores de risco, sintomatologia e espirometria com prova de broncodilatação com obstrução brônquica. Pode existir necessidade de diagnóstico diferencial com outras patologias que mimetizam a DPOC, como as alterações cicatriciais pulmonares, nomeadamente no contexto de sequelas de tuberculose, bronquiectasias, hipertensão pulmonar, insuficiência cardíaca descompensada, entre outras. Explicitou-se, ainda, os critérios de referenciação de um doente com DPOC para o Serviço de Urgência.
Módulo 7Como e quando referenciar / Relação médico-doente / Papel do médico de família
Prof. Doutor António Bugalho
Pneumologista dos Hospitais CUF Tejo e CUF Descobertas
Biografia
Concluiu o internato geral no Hospital Pulido Valente em Lisboa, tendo realizado formação académica, atividade clínica e científica na Universidade Nova de Lisboa, onde se doutorou em Pneumologia, em 2014, no Hospital Cochin de Paris, no Hospital Thoraxklinik-Heidelberg na Alemanha.
Obteve o grau de Consultor de Pneumologia, pela Ordem dos Médicos, em 2015.
Desenvolveu atividade clínica em múltiplos hospitais da região de Lisboa, sendo presentemente Pneumologista nos Hospitais CUF Tejo e CUF Descobertas.
É membro de várias sociedades científicas com destaque para a European Respiratory Society, Sociedade Portuguesa de Pneumologia e European Association for Bronchology and Interventional Pulmonology.
Desenvolveu atividade científica na área respiratória, sendo autor de livros de pneumologia, trabalhos indexados e galardoado com prémios científicos.
Dr.ª Cláudia Vicente
Especialista em Medicina Geral e Familiar, USF Araceti
Biografia
Formada pela Faculdade de Medicina de Coimbra, é, desde 2014, médica de família na UCSP da Mealhada e USF Araceti.
É coordenadora do Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias (GRESP) da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) e, tem trabalhado na sensibilização e diagnóstico da DPOC, com comunidades de proximidade.